Em entrevista concedida ao Jornal Litoral Centro, a candidatura do Bloco de Esquerda de Albergaria responde a 10 questões postas ao candidato à CM, Américo Rodrigues.
1 – Como surge o nome de Américo Rodrigues para encabeçar a candidatura à Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha?
Esta candidatura surge com naturalidade, tendo em conta a minha identificação com os ideais, propostas e atitude do Bloco, aliada à vontade dos intervenientes de manifestar a dinâmica e o crescimento do Bloco no nosso Concelho.
2 – Quais as metas do BE para as eleições do dia 11 de Outubro?
Acreditamos que no nosso Concelho a presença do Bloco será determinante para a introdução das questões caras à Esquerda, sempre com os pés na (nossa) terra, mas os olhos no horizonte.
Tal como noutras circunstâncias, somos contra as maiorias absolutas. Queremos eleger representantes autárquicos que tragam uma nova visão política ao concelho.
3 – Do seu ponto de vista, com que problemas se debate o concelho?
Antes de mais, existe uma questão de comunicação: não bastam os mínimos legais em termos de participação pública, não basta tão pouco ter um site, é necessário aprender com a população a resolver os problemas pela população sentidos, sem medo do escrutínio. Por isso propomos uma equipa móvel e multidisciplinar que tenha como função facilitar a relação das pessoas com as instituições. Encontrámos em muitas Freguesias, uma população ansiosa por ser ouvida.
Confrontamo-nos também com o dado adquirido da inexistência de uma rede de transportes públicos. Trata-se de uma situação tida como inevitável, quando o não é. Por outro lado, os impactos sociais – na desigualdade no acesso a bens e serviços, fundamental à coesão social , económicos – para uma população de baixos rendimentos, o custo associado ao ti é incomportável e ambientais da dependência do automóvel são insustentáveis. A alternativa que propomos assenta em
Outra questão, bem visível não só na sede de concelho, como nas restantes freguesias, é o abandono do património construído – nestas últimas, muito por conta da ausência de transportes. No centro da vila, prende-se ainda com a falta de oferta cultural, de urbanidade: atrair e fixar população não deve ser apenas um meio de angariar fundos pelo IMI e outras taxas, estes sim, são apenas meios para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Vemos, quotidianamente, as nossas ruas e praças vazias – a juventude não perspectiva viver em Albergaria, pelo contrário – a vila transforma-se hoje num núcleo periférico, um dormitório, de Aveiro, Águeda, Porto, enquanto as freguesias do interior se desertificam.
4 – Se surgisse a possibilidade de ser eleito, o que pretenderia mudar?
Antes de mais, tomaria as questões que levantei como prioritárias.
Reforçaria a relação da instituição Câmara Municipal com a população, usando instrumentos como o orçamento participativo: a decisão dos investimentos públicos deve ser de todos e para todos, queremos transparência e responsabilidade.
Queremos uma maior agilidade e eficácia na angariação de verbas, estatais e comunitárias, para levar a cabo os projectos que entendemos necessários à revitalização do concelho.
5 – O que é para si um bom resultado para o BE nas próximas autárquicas?
Excelente será cumprir com os nossos objectivos.
De qualquer forma, estamos convictos de que as nossas propostas terão eco na população, permitindo-nos aumentar a votação face às anteriores Autárquicas e eleger representantes autárquicos.
6 – A Zona Industrial de Albergaria-a-Velha necessita de uma maior dinamização?
Existe uma procura saudável, bem como os planos e verbas (em parte) para a expansão da ZI, nos moldes de uma ZING.
Creio que nos cabe, nas zonas ocupadas, colocar a infraestrutura pública ao nível do esforço feito pelas empresas na modernização das suas unidades (sinalética, iluminação, pavimentos,limpeza,...). Existe, no entanto, uma questão que deveremos todos acompanhar de forma activa e que poderá impedir a sustentabilidade da zona industrial – o traçado 5\5a da A32, que separa funcionalmente a zona existente da dita zona de expansão.
7 – Que comentário lhe merece o mega projecto de um Centro Cultural para a freguesia de São João de Loure, avançado pelo actual Executivo?
Um equipamento de âmbito municipal desta natureza - cujo dimensionamento é discutivel - localizado numa freguesia limítrofe poderá ser, à primeira vista, adequado até pela potencial captação de visitantes de Aveiro. Não podemos falar de servir a zona sul do concelho, sem que haja uma rede de transportes que garanta o acesso de todos os seus municipes.
No entanto, pensamos que este projecto deverá ser precedido pelo do Cine-Teatro, que deverá servir todo o município.
8 – A construção do novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Albergaria já está aprovada. Esta será uma das vossas prioridades?
Trata-se sem dúvida de uma prioridade. Todavia deverá, até para garantir uma rápida resolução do problema da exiguidade das instalações existentes, ser implementada de forma faseada, sem precipitações, acautelando as opiniões de bombeiros e protecção civil. Por outro lado, dever-se-á evitar a hipotética especulação imobiliária em torno do actual quartel.
9 – Como avalia o desempenho do actual Executivo social-democrata ao longo destes dois mandatos?
Podemos dizer que estes mandatos se têem pautado por uma assimetria de investimento entre freguesias, prejudicando claramente fregesias como Valmaior, Ribeira de Fráguas, Angeja e até a sede de concelho.
A politica cultural foi marcada por eventos pontuais de carácter populista, achando nós que a qualidade da oferta cultural tem que ser melhorada.
10 – Durante os últimos oito anos, houve melhorias no concelho de Albergaria-a-Velha?
É claro para nós que qualquer executivo camarário efectuará obra durante o seu mandato, todavia a maioria absoluta confiada a este executivo permitir-lhe-ia ter feito mais e melhor.
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